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Archive for junho \02\-03:00 2009

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Raphael Bontempo

 

“TV pública é contraponto à caloria vazia da TV comercial”

Assim defende Cynthia Fenneman, presidente da American Public TV, em sua recente visita ao Brasil. Ela frisa a importância e a isenção dos canais de televisão pública: nos Estados Unidos, por exemplo, tais emissoras (356 ao todo) são proibidas de inserir propagandas e anúncios. Metade da receita advém com as doações de cidadãos e entidades. A outra parte é subsidiada pelo governo.

No caso brasileiro, existem 199 emissoras públicas financiadas pelo orçamento da União.

Fenneman faz duras criticas às televisões privadas, devido a programação com forte apelo comercial. Como solução, ela defende uma maior autonomia dos canais públicos – de forma que estas também sejam livres do governo e da publicidade, cujas influências ‘contaminam’ o conteúdo.

No exemplo norte-americano, as doações individuais para TV pública (em média) alcançam US$ 100! Mas existe sempre um magnata que contribui com mais: a importância doada chega a US$ 1 milhão!

Bem sabemos que o mesmo não ocorre na “Pátria Amada”, onde inexiste tamanha disposição financeira. E que a lógica de audiência clama por assuntos mais “interessantes” do que o enfadonho pragmatismo das emissoras públicas – reféns de formatos com maior potencial sonífero do que instrutivo.

A televisão propõe movimento e não contemplação: a expressão eletrônica nos coloca em contato com transições ágeis e efeitos lúdicos; experiências alheias ao ritmo linear da leitura, que por seu turno, requer silêncio e reflexão.

Outro dado é digno de nota: o universo televisivo norte-americano é composto por 190 canais, estando a TV pública em 15º lugar. Ou seja: no contexto ianque, a transmissão pública está a frente de 92,1% das emissoras comerciais (abaixo apenas dos grandes conglomerados da mídia).

A incongruência do modelo americano com a mídia brasileira nos obriga a buscar outra saída.

Pensando nos rumos da televisão como pilar de debate, compete aqui algumas indagações:  assim como os primos do Hemisfério Norte, poderíamos também apostar na produção pública? E quanto à isenção, uma vez que a transmissão depende dos recursos do Estado? Em nome de uma mídia fidedigna, tentaríamos capitalizar recursos sociais, à imagem e semelhança dos norte-americanos?

Supostamente não…

Então, como filtrar as impurezas da TV? Deixando escoar apenas o conteúdo

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O novo Fantástico

Thiago Baltazar

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A reformulação do jornalismo da Tv Globo já começou. Especificamente no caso da revista eletrônica Fantástico, as mudanças vêm ocorrendo há um certo tempo, visto que a audiência está no nível mais baixo de toda sua história. Umas das primeiras atitudes foi a mudança dos apresentadores. Saiu Glória Maria, e entrou, a recém chegada dos EUA, Patrícia Poeta. Pedro Bial ficou no comando do Big Brother e, Zeca Camargo assumiu a apresentação do Fantástico. Saiu Léo Batista do futebol para ficar apenas com a Fórmula 1, e entrou o piadista Tadeu Schmidt. Coincidentemente, ou não, houve uma certa jovialização do quadro de apresentadores.

A editoria esportiva foi uma das mais reformadas. Apresentando futebol e humor simultaneamente, Tadeu Schmidt deixa clara a intenção de prender o leitor pelo entretenimento. O que é muito bom, pois a monotonia que havia na época de Batista foi deixada para trás.

Neste novo modelo, o telespectador pode interagir. Os quadros Bola Cheia e Bola Murcha são os maiores exemplos. Por solicitação do apresentador, há vídeos que são enviados à redação por “peladeiros” amadores. Durante o programa, as pessoas podem votar em quem é o Bola Cheia e o Bola Murcha do domingo. E, no final do ano, comtempla-se o melhor Bola Cheia do Ano com um prêmio. Houve então uma abertura da interação jornalista/espectador, porque de uma certa forma, reduzido às devidas proporções, quem faz a programação é o espectador, e o jornalista apenas edita.

Mais mudanças virão pela frente. Zeca Camargo deixará seu posto para Schmidt. Camargo irá novamente apresentar o reality No Limit. Após o término deste, não há espectativas de que o apresentador volte ao Fantástico.

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O trabalho de infotenimento do Fantástico funcionou muito bem durante muitos anos. Uma das melhores propostas é o quadro Minha Periferia apresentado por Regina Casé.  As regiões mais pobres das cidades ganham cor e voz. Sua cultura é apresentada de  forma despreconceitualizada. Há pouco uso de estereótipos.

A revista eletrônica criada em 1973, já é uma programação tradicional da TV brasileira e por este motivo, segundo fontes não oficiais, não pode ser tirado da grade da emissora.

Veja um trecho do vencedor Bola Cheia e Bola Murcha do ano:

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Ana Luisa Valentim

 

Vivemos numa época de transformações, misturas e complementações. O jornalismo, tal como era praticado há algum tempo lentamente enfraquece e cede posto a outras formas complementares da atividade jornalística. Observamos que a aposta dos veículos de comunicação (principalmente a televisão) está voltada à mescla ou até mesmo a predominância de determinados gêneros e conteúdos sobre outros. A programação televisiva está mais ‘leve’, mais fácil de ser digerida; programas como Globo Esporte (Rede Globo), Hoje em Dia (Rede Record) e o ‘recém falecido’ Olha Você (SBT) misturam em maior ou menor grau os games, uma espécie de interatividade (as promoções, desafios, enquetes etc), informações e no caso dos dois últimos, culinária, moda e fofocas.

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O programa Hoje em Dia, surgido há cerca de quatro anos na Rede Record, foi idealizado para competir com o Mais Você, apresentado por Ana Maria Braga na TV Globo. A fórmula parece ter dado certo, pois ao longo desse tempo mais uma apresentadora juntou-se ao trio Ana Hickman, Edu Guedes e Brito Jr; a ‘fofoqueira’ Cris Flores. No âmbito jornalístico, também houve um crescimento de regiões abordadas; antes, as notícias apresentadas no fim do programa eram apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Agora, há âncoras não só desses dois Estados como também do Rio Grande do Sul, Brasília e Salvador.

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No caso do Globo Esporte, o apresentador parece mais próximo do público, utilizando-se de artifícios como a leveza da linguagem (humor) e a criação de novos quadros, enquetes e charges no site do programa.

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Olha Você foi uma espécie de ‘genérico’ do Hoje em Dia, encabeçado pela apresentadora Claudete Troiano, apresentado por menos de um ano nas tardes do SBT. Num movimento inverso ao de seu inspirador, a atração vespertina da emissora de Silvio Santos fracassou na audiência e foi tirado do ar. Um dos motivos do fracasso seria a falta de ‘química’ entre os apresentadores, e um suposto desentendimento entre Claudete Troiano e Ellen Jabour.

Sucessos e fracassos à parte, o rumo tomado pelos veículos de comunição como um todo parece ser uma via de mão única: cada vez mais produzem-se programas ‘light’ e diversificados em seus conteúdos e abordagens para aproximar-se das novas demandas do telespectador-consumidor.

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